“A auto-cura é o processo contínuo de nos tornarmos responsáveis pela nossa saúde,
bem-estar e potencial como pessoa.
Provém de procurarmos activamente soluções para os vários desafios que surgem nas nossas vidas,
Provém de procurarmos activamente soluções para os vários desafios que surgem nas nossas vidas,
ao invés de nos considerarmos vítimas do destino.
Em vez de fazermos o melhor para sobreviver aos altos e baixos da nossa existência,
tomamos a decisão de criar a vida que desejamos e de a viver de acordo com as nossas capacidades.”
David Lawson, Principles of self-healing, 1996.
É frequente vermos a cura como o fim de uma determinada doença ou sintomatologia. O resultado da cura é o restabelecimento da saúde, que normalmente se centra mais no seu aspecto físico. Neste processo consideramo-nos normalmente passivos, ou seja delegamos a responsabilidade da cura ao médico e ao tratamento prescrito, cujo objectivo é devolver-nos ao estado em que estávamos antes do surgimento dos sintomas. A nossa responsabilidade na cura não vai para além de seguir o tratamento e não damos muita importância aos factores pessoais que possam ter levado ao surgimento dos sintomas e da doença.
Na perspectiva holística curar tem um sentido mais amplo, significando “tornar-se inteiro” ou “funcionar como um todo”, ou seja um estado em que todos os aspectos do nosso ser funcionam em harmonia e como um todo coerente. Reconhece-se que o nosso corpo, os nossos pensamentos, emoções, e o nosso espirito ou essência funcionam de modo interdependente e estão em constante mudança para encontrar a harmonia, a saúde e o bem-estar.
Quando surgem desequilíbrios, estes manifestam-se em forma de sintomas que são os “sinais de alerta”. A origem destes desequilíbrios pode ser tão variada como o tipo de pensamentos que temos, as emoções que dominam o nosso dia-a-dia, o que fazemos, o que comemos, com quem passamos o nosso tempo, etc. Por exemplo sentimentos de frustração a longo prazo, podem manifestar-se como depressão, cansaço crónico, ou problemas articulares, entre outros. Quando curamos o padrão mental e emocional que reconhecemos estar relacionado com os sintomas, experimentamos uma melhoria na nossa saúde e bem-estar, mas nem sempre a dor e o desconforto físico desaparecem totalmente.
A cura pressupõe a escuta das nossas necessidades, a nível do corpo, da mente e do espirito, e a introdução mudanças na nossa vida, de modo que corpo, mente e espirito possam funcionar harmoniosamente e como um todo coerente. O desequilíbrio e a doença surgem quando ignoramos e assim nos privamos de ser e viver como queremos verdadeiramente.
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Artigo publicado na Revista on-line Zen Famíly de Novembro 2016 ( versão PDF no site da Zen Family)